26 de mai. de 2013

Fermentação de Alimentos, Parte I

Já devem ter ouvido falar no poder dos fermentados... 

A produção doméstica de fermentados
Da esquerda para direita: rejuvelac; beringela com shouyu, gengibre e limão; folhas de nabo; beringela fermentada; e nabo com salsinha... 

Ufa!! Saiu tudo de uma vez.

Populações tradicionais das mais variadas regiões praticam a fermentação dos seus alimentos. 

Imagine ter uma fartura nas colheitas e não ter como comer aquilo tudo em 1 semana? Além de otimizar o uso da colheita farta em determinadas estações, a fermentação é um processo inteligente de conservação dos alimentos para as próximas estações. 

Isso não é tudo! A fermentação de alimentos é mantida em muitos povos como um gesto de manter a saúde coletiva. 

Os Hunza, do norte da Índia por exemplo, são indivíduos que desconhecem doenças crônicas da civilização urbano-industrial. Além de exibir forte resistência à infecções, os Hunza envelhecem com força: não perdem os dentes, nem o tom da elasticidade juvenil; não diminuem a visão ou audição.  E o mais incrível, morrem aos 120 a 140 anos com vitalidade e discernimento! Saiba mais sobre eles no link: http://www.megacurioso.com.br/misterios/45654-hunza-o-povo-que-nao-envelhece-e-vive-120-anos.htm


O que tem de tão especial nos fermentados?


Os vegetais crus fermentados produzem uma colônia de microorganismos vivos que produzem uma substância chamada ácido lático, responsável pela regeneração da flora intestinal... AS NOSSAS FLORESTAS INTERNAS!

Então, os fermentados são como uma especie de ambientalistas, os quais não apenas protegem, como também produzem uma espécie de reflorestamento intestinal. Eles são os grandes responsáveis pela sapiência das funções intestinais de eliminação, pela proteção do nosso sistema imunológico e pela vitalidade do organismo como um todo.

Vamos aprender a fazer?




Vegetais crus prensados na fermentação sem ar

Sugestões: abóbora, brócolis, aipo, rúcula, nabo, rabanete, repolho rôxo ou branco, inhame, batata doce... a pesquisa é ampla! Experimentem...

Você pode também adicionar ao vegetal que você quiser fermentar algum temperos como raspas de limão, gengibre, alho ralado, cebola, hortelã, pimenta... 

1- Pegue um vidro com tampa e esterilize com água fervente.
2- Corte em pequenas fatias os legumes, hortaliças, raízes que desejar. Ralador ou processador são boas opções (tem que ser cortado bem fininho para prensar bastante, senão fica ar dentro do vidro e apodrece).
3- Encaixe os legumes no vidro até não caber mais espaço. Aperte bem com um pilão ou com as pontas dos dedos.
4- Após prensar bem os vegetais picados, feche bem a tampa do vidro e deixe a natureza agir. Só abra a tampa do vidro após 7 dias, no mínimo, quando a fermentação já deve estar pronta para consumo. Utilize seu olfato para perceber se está bom!


Atenção: O segredo é a água fervente para esterilizar o vidro. Isso garante a fermentação saudável com uma colônia saudável de bacilos vivos selecionada nos próprios vegetais.


Você pode acelerar este processo de fermentação dos legumes prensados no vidro... se adicionar o líquido do Rejuvelac
(Seu fermentado de legumes ficará pronto no dia seguinte)

Uso na culinária

Abra a tampa do fermentado, despreze pelo menos duas colheres da parte que fica mais próxima da tampa. O resto você usa tudo de uma vez.

Tempere à gosto com sal, azeite, limão. 

Ervas frescas e um dente de alho raladinho faz a diferença neste tempero. Fica uma delícia!!!!


Os fermentados vão deixar sua cruzinha mais colorida!


Beijinhos e até a próxima!

Aline Chaves

18 de mai. de 2013

A festa das farinhas coloridas!!!!

Para produzir seus próprios alimentos com vitalidade, é fundamental aprender a desidratar sua própria farinha de mandioca!!!

Como fazer farinha de mandioca simples?


Bater a mandioca descascada e picada em pedaços pequenos no liquidificador com água. 

Após obter um creme homogêneo, coe a mistura em um coador feito de voal (aquele tecido de fazer cortina). 

Escorra todo o líquido, espremendo muito bem.

Sabe o farelinho que sobra dentro do tecido? É a sua farinha!!!!! 

Estire a farinha sobre um recipiente aberto (peneira de palha ou tabuleiro) coberto por um pano de prato limpo ou um voal aberto.

Friccione a farinha com as duas palmas das mãos para ficar bem soltinha e homogênea. Leve ao sol para desidratar.

Desidratador solar feito a partir de uma geladeira velha e furada.
Tampado com um blindex em desuso.
As prateleiras chiques de inox foram feitas com lixo da casa da moeda.

 No meio da desidratação, nem úmida, nem totalmente seca... é legal peneirar a farinha. Fica fininha!
Farinha quase seca? Tá na hora de passar na peneira. Vai ficar linda!!!!!


NÃO TEM SOL?


Então, aprenda a administrar o forno do seu fogão e transformá-lo em um desidratador doméstico.

Nível mínimo de temperatura e tampa entreaberta para deixar sair a água dos alimentos.

Lembre-se que DES-HIDRATAR significa tirar as águas. Então, você cuida para o forno não fechar, senão vai superaquecer sua farinha que continuará úmida.

Uma boa dica de medição da temperatura é que suas mãos regem o termômetro do fogo da vida. Nesse caso, use-as para saber se a temperatura está quente demais ou de menos...

Como armazenar minha farinha desidratada?

Vamos esquecer esse negócio de geladeira e armário fechado, pelo amor de Deus!

Vamos organizar nossas farinhas em vidros limpos com tampa e colocar esses vidros em prateleiras às nossas vistas, para que lembremos de usar as queridas farinhas!

Eu costumo fazer farinhas em pequenas proporções... para comer, no máximo, em 2 a 3 semanas... Elas duram mais. Porém, não aprecio comida velha! 

Farinha de mandioca


Agora, você vai aprender a fazer farinhas com toda a sorte de cores e sabores...


Uma de cada cor, cheiro, sabor...

Como fazer sua comida no sol?

https://www.panelasdecapim.com.br/apostilasvivas




Boa pesquisa!!!

SEJAM SEMPRE CRIATIVOS...

Aline Chaves
Pesquisadora dos ciclos alimentares e alquimista de vegetais vivos

12 de mai. de 2013

Brotando no ar...

Sair brotando no ar... não necessariamente quer dizer que você vai sair voando por aí... (desculpem, não resisti à brincadeira!). 

O interessante nos brotos de ar é que além de terem sabor e crocância deliciosos, eles são mais fáceis de transportar para algum lugar e "encantar" algum incrédulo que não acredita como você pode desejar comer isso...

Salada verde com brotos de alfafa no ar: decorada com flores da pata de vaca

Bem, vamos à brotação no ar?


A energia vital aqui está no poder guardado lá no fundo da semente que desperta quando encontra com o ANJO do AR.

Em primeiro lugar, não são todas as sementes que possuem este dom de se transformar em um brotinho sem precisar de terra e ainda por cima resistir aos danados dos fungos.

Somente alguns tipos de sementes fazem brotos no ar: 


1. encontradas em lojas de alimentos para pássaros:
nabão, níger e colza.


2. encontradas em importadoras e lojas especializadas:
alfafa, trevo, feijão moyashi, brócolis e feno grego. 

Faça a sua pesquisa sobre as sementes, busque aquelas que estão mais próximas de você... O acesso deve ser simples!

Como fazer brotos no ar, dentro de casa?


Passo 1: iniciar o processo de germinação com 1 colher de sopa de sementes dentro de um vidro grande com filó e elástico (a quantidade de sementes é pequena, pois os brotos crescem muito e podem ficar imprensados sem ar dentro do vidro). Tempo: mais ou menos 8 horas de molho na água.

Sementes de trevo na água
 Passo 2: continuar o processo de germinação das sementes dentro do vidro com o filó e o elástico, respirando no ar. Lavar diariamente, pela manhã e à noite. Tempo: demora uma média de 5 a 7 dias respirando no ar

 Este processo demora, em média, 5 dias... Diariamente, lavando as sementes pela manhã e à noite... Até que elas se tornem brotos no ar!


Atenção: lembre-se que sementes mal cuidadas ficam fedorentas e dão fungos horríveis!!! 



Lavem bem suas sementes... até que elas se tornem lindos brotos carregados de vitalidade, exuberantes, verdinhos, sem precisar de terra.
Brotos de trevo
Pronto, agora você já sabe fazer brotos no ar!

Bom apetite!

5 de mai. de 2013

Agora, vamos "brotar" pra quebrar!!!

Olá!!!

Você já aprendeu a germinar sementes no ar e na água! Agora, vamos brotar na terra.

Gramas de trigo: cultivo em 1 semana
Preste bem atenção, pois nem todas as sementes são adequadas para fazer brotos na terra! Para garantir o sucesso da sua pesquisa, elaboramos um esquema bem explicadinho...

Pequeno Guia de Sementes Comestíveis para Brotação
Quem?
Observação
Onde encontrar?
trigo em grão
Grama na terra


Mercado
Lentilha
Brotos na terra
linhaça dourada
Brotos na terra
(colocar a semente seca sobre a terra)
linhaça marrom
(colocar a semente seca sobre a terra)
Alpiste
Grama na terra
Mercado
ou
Lojas de alimentos para pássaros
Painço
Grama na terra
Senha
Grama na terra
girassol com casca
Brotos na terra

Importadoras

ou

Lojas especializadas

trigo sarraceno inteiro
Brotos na terra
lentilha rosa inteira
Brotos na terra
ervilha inteira
Brotos na terra
feno grego
Brotos na terra
centeio em grão
Grama na terra
Sementes que apenas germinamos para consumir no formato de brotos
Alfafa
Brotos de terra e de ar
Importadoras
ou
Lojas Especializadas
Trevo
Brotos de terra e de ar
Feijão Moyashi
Somente brotos de ar
Milho de pipoca
Somente brotos de terra
Mercado
Niger
Brotos de terra e de ar
Lojas de alimentos
Para pássaros
Colza
Brotos de terra e de ar
Nabão
Brotos de terra e de ar


ATENÇÃO: Brotos não são sementes germinadas!!!
Semente é embrião.
Broto é planta criança..

Vamos diferenciar sementes germinadas de brotos, ok? Broto é a segunda etapa do desenvolvimento da planta. Nesta fase pós-germinação, já não tem mais cara, nem jeito de semente, rs. São observados caule, folhas e muitas raízes.
brotos de girassol na terra: cultivo em 1 semana
Agora, já sabe qual a diferença entre semente germinada e broto, né? Muita gente confunde.

semente de girassol germinada

Então, é simples assim... primeiro você germina, depois planta na terra para fazer brotos! Germinar antes para que os brotos cheguem mais rápido. Em média, 1 semana. Dependendo do clima! Quanto mais frio, mais tempo demora.

Não deixe crescer mais do que 10 a 12 cm, no caso das gramíneas. No caso dos brotos com folhas, não deixe crescerem mais do que duas. Quando um broto cresce demais, gasta muita energia para se tornar uma planta adulta e perde a vitalidade.

Como fazer?


Em uma bandeja furada, coloque 2 a 4 dedos de terra de qualidade (de preferência, a do quintal mais próximo). Não vale terra de loja de plantas, pois estão cheias de aditivos químicos. Na falta de terra de quintal, procure húmus de minhoca que é mais limpinho. 

Coloque por cima da terra as sementes germinadas:


girassol com casca, lentilha, alfafa, trigo, centeio, alpiste, milho de pipoca, painço, senha, niger, nabão, colza, linhaça, feno grego, ervilha inteira.

Regue diariamente seus brotos. Eles gostam de pouca água e luz indireta. Lembre-se, em 1 semana costumam estar prontos para comer. As gramíneas (trigo, centeio, senha, painço, milho de pipoca) devem estar no mínimo com 10 cm de altura e os brotos (girassol, lentilha, linhaça, níger, colza, nabão, ervilha inteira) quando apresentarem 2 folhas.

Regador é uma garrafa pet com furinhos na tampa (martelo e prego)
 Vamos ver como eles se organizam no ecossistema da sua casa? Tem que fazer para descobrir... A pesquisa agora é com você, que vai se tornar um produtor doméstico de alimentos vivos, rs!
 
 
Há, ainda, os brotos de ar... Estes ficam para as cenas do próximo episódio, ok?

Quer saber como reciclar a terra que sobra dos brotos?

Clique a imagem abaixo e descubra...
Brotário suspenso

Com carinho, 
Aline Chaves e as Panelas de Capim

Apostila de Alimentação Viva para iniciantes:

Clique na imagem e confira!

Alimentação Viva: um outro estilo de viver

Afinal, o que é Alimentação Viva para você?  Para nós, não se trata de um hábito alimentar, muito menos de uma dieta. A Alimentação...

Jovens postagens

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Desde maio de 2017, não publico mais no Blog Panelas de Capim! Criei um novo espaço virtual para compartilhar minhas melhores inspirações...

Deixo aqui este blog como espaço de memória e referência. Aqui mora um pequeno resumo dos muitos anos dedicados à pesquisa, onde usei (aliás, ainda uso) o meu próprio corpo como experimento.


O conteúdo deste blog é, portanto, ofertado a todos aqueles que desejam aprimorar-se nas práticas da Alimentação Viva e inspirar-se no estilo de vida ecológico.

Peço gentilmente que não utilizem as nossas publicações para fins comerciais. Só porque não vale à pena promover-se financeiramente às custas do esforço e criatividade alheios.

A Vida vem da Vida!

Com carinho,

Aline Chaves
A moça que planta nas panelas

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Baseado no trabalho disponível em http://panelasdecapim.blogspot.com.
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