29 de abr. de 2016

Cadê a senha para fazer clorofila?



Peraí! Que história é essa de que haverá uma senha?



Senha é o nome de uma semente muito antiga.

Há tempo passados, cerca de 9.000 anos atrás, era uma fabulosa companheira da humanidade no processo de cultivo e alimentação. Hoje, ela encontra-se restrita a poucos. Não pelo alto valor, nem menos pela dificuldade na acessibilidade. A popularidade é que não tem nenhuma! rs

Dizem que as palavras SABORES e SABERES possuem a mesma origem. Isso significa, etimologicamente falando, que quanto mais diversidade de sabores comemos, mais inteligente ficamos.

Você já comeu senha, por acaso?

Pois, deveria! Pouca modificação genética, ancestralidade e singeleza são características desta semente rústica.

Graças aos sagrados pássaros! Ah, nobres seres alados de profunda inteligência e sabedoria... a senha ainda é comercializada no Brasil. Pode ser encontrada em lojas de alimentos para pássaros e consumida sem medo de ser feliz.

Sementes de senha germinadas


A semente germinada pode ser utilizada para criar sucos ou sopas coadas, tendo em vista a casca muito dura.

Tudo o que você vai precisar é de um vidro, um filó, um elástico e sementes de senha....



Passo 1: Ao acordar pela manhã, pegue um vidro coberto com filó e elástico. Coloque uma xícara de sementes secas. Lavar o vidro com as sementes, pelo menos, 5 vezes debaixo da torneira. Lave bem! Depois, deixe-as de molho na água até o final do dia (mais ou menos 8 horas de molho).
 
Passo 2: passado o período de molho durante o dia, quando chegar a noite é necessário retirar a água do vidro e lavar as sementes mais 5 vezes. 

Neste momento, é muito importante colocar a semente para respirar! O vidro deve ser inclinado em um ângulo de 90° no escorredor de pratos, longe de geladeira, televisão e microondas.

Vá dormir e deixe escorrer o excesso de água até o dia seguinte (devem ficar mais ou menos 16 horas respirando no ar).
 


Passo 3: Na manhã do dia seguinte, lave novamente o vidro, pelo menos 5 vezes, embaixo da torneira de água corrente e observe se a semente já germinou.

Normalmente, as sementes de senha levam de 36 a 48 horas para germinar. Continue lavando as sementes, pela manhã e à noite. Lembrando sempre de colocá-las para escorrer e respirar. Vá fazendo isso até aparecer o narizinho! No momento em que isso acontece, o processo da germinação iniciou com alegria.

Gramas de senha para o suco de clorofila


Aliás, quase ninguém ouve falar dela. Por outro lado, economicamente acessível e de fácil produção e consumo na forma de BROTOS, ou melhor dizendo gramas.

O que tem de interessante na produção de gramas para o suco de clorofila? É que estas serão produzidas por você, em sua casa.


Como fazer?


Em uma bandeja furada, coloque 2 a 4 dedos de terra de qualidade (de preferência, a do quintal mais próximo). Não vale terra de loja de plantas, pois estão cheias de aditivos químicos. Na falta de terra de quintal, procure húmus de minhoca que é mais limpinho. 

Coloque por cima da terra as sementes germinadas.

Regue diariamente seus brotos. Eles gostam de pouca água e luz indireta. Lembre-se, em 1 semana costumam estar prontos para comer. As gramas de senha devem ser colhidas quando estiverem com, no mínimo, 10 cm de altura.

E o mais lindo? Serão colhidas frescas por você, bem na hora exata de beber o seu suco mais maravilhoso do mundo, vitalizante, fresco e altamente personalizado pelas informações presentes nas células das suas mãos?

Nenhum delivery tem esse poder, meu bem!

As gramas de senha são uma ótima pedida para o suco de clorofila com mais vitalidade e vigor. Lembrando que a senha tem pouca visibilidade para o agronegócio. Portanto, sua manipulação genética certamente é nenhuma, em comparação com o nosso velho amigo trigo.

Agora, você ficou interessado, né?


Espero que a apresentação da senha tenha contribuído para ampliar a sua pesquisa e deixar o seu brotário muito mais biodiverso e divertido...



Com carinho e ternura,

Aline Chaves
Pesquisadora dos ciclos alimentares e alquimista de vegetais vivos

22 de abr. de 2016

Delicado Pão de Gengibre


Se liga no pãozinho de gengibre!

É ótimo para beliscar com uma água solarizada de gengibre. Um chá amornadinho também está valendo, para os dias mais geladinhos...

Ingredientes:

3 pedaços de gengibre do tamanho da ponta do seu dedo polegar
1 pedaço pequeno de mandioca descascada
sal
azeite


Atenção: se você gosta muito de gengibre, é claro que pode colocar mais um tantinho, né?
A quantidade que o seu coração te disser...

Modo de fazer:

A receita é bem simples! Basta ter sementes de trigo germinadas em mãos.


No liquidificador, coloque primeiro a massa das maçãs, depois os pedaços de mandioca cortados em quadradinhos. Por cima, o trigo germinado e bastante azeite para dar liga e fazer a hélice rodar, sem sacrifícios. Bata sem utilizar água. Com o auxílio de uma cenoura... comece a socar a mistura como se o liquidificador fosse um pilão.
Quando se tornar um creme homogêneo, adicione o sal e o gengibre e bata novamente.
Sua massa já está pronta! Agora, dê o seu toque. Modele bem lindo e leve ao Anjo do Sol, que ele transforma seu pãozinho em amor.  Quanto mais grossinho, mais tempo de sol ele precisa...

Portanto, recomendo que comece a fazer o seu pão pela manhã, ao acordar. Coloque-o imediatamente no sol. Depois, só lembre dele na hora do almoço... huummm

No inverno, o sol é frio! Então, eu juro que você vai se encontrar nessa receita... rsrs

Opps! Não tem sol?

Use o forno aberto do seu fogão para desidratar. Controle a temperatura com as mãos. Vai dar tudo certo!

Com profunda confiança na natureza,

Aline Chaves 
Pesquisadora dos ciclos alimentares e alquimista de vegetais vivos

14 de abr. de 2016

A beleza sensível de um Jardim...

A pergunta é: de onde nascem os jardins? 

Como no tudo na vida, o movimento é de dentro para fora. Contração e expansão! 
Os jardineiros sensíveis aprenderam a enxergar grandeza e sinceridade na complexidade original que mistura plantas espontâneas e cultivadas, numa delicada ciranda de aventuras e cores...

Sim, o jardim nasce das almas autênticas que aprenderam a conviver com um outro tipo de beleza: aquela que vibra e reflete a energia do céu na terra para alimentar campos energéticos!

Para conhecer a sensibilidade cativante que dá vida ao jardim, faz-se necessário despir-se do conceito distorcido de beleza plantado dentro da sua cabeça, possivelmente, logo após o seu nascimento.

Nós temos algumas dicas para você chegar lá! Quer ver só?

As frutas são para o lanchinho durante o trabalho de jardinagem...

Passo 1: desprender-se do conceito distorcido de beleza


Ah!!! Se, ao acaso de algum dia... conseguirmos abandonar o pré-conceito que condiciona momentos de aconchego e satisfação no vislumbre de um pasto ensolarado!!!

Ninguém fala muito sobre isso. Mas, é importante refletir sobre como a cultura dominante introduziu uma ótica domesticada em nossa memória afetiva...

Ainda é muito comum pessoas admirarem um "paraíso estéril", sem vida, sem seiva, sem canto.

Paraísos existem e cantam, nós é que deixamos de reconhecê-los. Nós é que deixamos de permitir que eles se formassem à nossa frente. Uma visão cômoda e distorcida de como "deve ser" a natureza ainda faz muita gente detonar imensas variedades de plantas espontâneas. Sim, porque sustenta-se a visão de que mato é coisa suja. Então, limpa tudo e planta grama. Uma roseira aqui, outra acolá... Bem arrumadinho, esterilizado e cheio de "remedinho" que é para a formiga não passar e carregar tudo.


A questão é a seguinte:

Qual a finalidade de reproduzir o padrão europeu de organização em um ecossistema que sonha com a biodiversidade original? Até formiga sabe que não faz sentido algum! Não é a toa que ela carrega... e sai cortando tudo. Não é mesmo? rs

Que tal produzir o seu próprio jardim silvestre, autêntico e original?

A beleza viva é fonte irradiante de energia! Aprender a percebê-la, respeitá-la e respira-la, é o que nos torna mais fortes e sadios. Portanto, não se contente com qualquer coisa.

Passo 2: ensine o seu jardim a ser funcional...


Compreenda que toda beleza tem uma função na natureza... Nada existe por acaso. Tem sempre um mato simpático que nasce insistentemente no mesmo lugar e exerce uma certa função. Mas, se você arranca, é porque ainda não aprendeu a ver beleza nele.



Nunca acredite na imagem de um jardim geometricamente quadrado e intocável pelas mucosas da boca. Estou falando daquele monte de plantas tóxicas rodeando a sua casa. Não, não existe beleza aí...

Se você vive na mata atlântica, por exemplo, tem que aprender a reconhecer beleza na mata atlântica e conectá-la com paisagem comestível.  Se você vive no Cerrado, Pantanal, Amazônia, Veredas, Caatinga... faça o mesmo!
As flores de cosmos são comestíveis
Colônia, Pacová ou Falso Cardamomo... também oferece flores comestíveis

Pesquise e converse com o lugar onde você mora! Sinta quem vai ser plantado ou será permitido nascer espontaneamente nesse lugar. Há esmera satisfação e profunda troca energética entre o dar e o receber. 

Jurubeba, lavanda, capim limão, fortuna, canela de velho, vinagreira, anis, alfacava, alfavacão cravo, malvaviscos, hibiscos, albinas, menta, hortelã, poejo, babosa, fortuna, saião, saião azul, trapoeraba verde, trapoeraba rôxa, maria sem vergonha, trevo, manjericão, cosmos de várias cores, pacová, cúrcuma, mamão, centelha asiática, gervão rôxo... e muitas outras que não devo estar lembrando nesse momento...

Para saber mais, visitem os posts:

- Flores comestíveis:
http://panelasdecapim.blogspot.com/2013/04/maravilhoso-mundo-das-flores-comestiveis.html
- Horta Selvagem:
- Folhas para o Suco de Clorofila:
http://panelasdecapim.blogspot.com/2013/04/identificacao-de-algumas-folhas.html

 

Passo 3: valorize as bordas do sistema


Qual o problema da geometria retilínea do Euclides?

Perdoem-me os matemáticos, mas a retidão linear é tão perfeita que não respira. O jardim se aborrece com tanta chatice.

A natureza se organiza por geometria sagrada: círculos, encontros entre círculos, amêndoas místicas e espirais! Repara só quantas bordas tudo tem... os desenhos das folhas, das pétalas das flores, da organização dos frutos, do corpo da semente... Tudo querendo ser circular!!!

Um espiral para muitas ervas
Portanto, seu jardim quer ser arredondado! Quanto mais livres e circulares os seus canteiros, mais energia circula. Mais água balança e dança na relva humilde... conduzindo eletricidade telúrica por todos os cantos e produzindo vida em abundância. 

Esta é uma lógica muito interessante. Não fui eu quem inventei, não. É mais velha do que andar para frente. A natureza fala por meio das bordas. Este é um princípio magnífico da permacultura...

Passo 4: desfrute encantamento no belo que te alimenta 

 Observe quantos matizes de verde diferentes esse jardim possui!!! 



Este Jardim Comestível vive na entrada da cruzinha aqui de casa. Eu acho ele fofíssimo! Tenho muita gratidão por ele.

Fornece beleza aos olhos, alimento para flores, abelhas, minhocas, borboletas, formigas e pássaros (eu não sou egoísta). Também dá folhas e flores comestíveis, ervas cheirosas para temperar meu alimento diário, além de medicamentos anti-inflamatórios para picadas de insetos e pequenos acidentes domésticos.

O Jardim também dá suporte à minha produção de cosméticos naturebas, banhos de cheiro, temperos desidratados, incensos silvestres e pesquisas alquímicas com produção de tinturas herbais e florais. 



Ainda por cima, permite que eu faça meditação na irrigação e exercícios de alongamento e respiração quando vou “arrumá-lo”. 
Irrigação sob a ótica impressionista de Claude Monet (Esta foto saiu interessante mesmo! rs)
Porém, muita gente olha meu jardim e ainda vê um monte de mato misturado e sem graça (olha o conceito distorcido de beleza, aí). rs rs rs

A beleza silvestre e original é fonte de energia luminosa que alimenta os nossos campos energéticos. Quando você aprende a associa-la com plantas úteis, vira uma festa. É uma vitalidade amorosa que cativa.

Quando você percebe isso na prática, pode-se dizer que adquiriu consciência sensível para conhecer e inventar um jardim!

Espero que seja logo, tá!!! rs

Com carinho do fundo do peito,

Aline Chaves
Pesquisadora dos ciclos alimentares e alquimista de vegetais vivos

Alimentação Viva: um outro estilo de viver

Afinal, o que é Alimentação Viva para você?  Para nós, não se trata de um hábito alimentar, muito menos de uma dieta. A Alimentação...

Jovens postagens

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Desde maio de 2017, não publico mais no Blog Panelas de Capim! Criei um novo espaço virtual para compartilhar minhas melhores inspirações...

Deixo aqui este blog como espaço de memória e referência. Aqui mora um pequeno resumo dos muitos anos dedicados à pesquisa, onde usei (aliás, ainda uso) o meu próprio corpo como experimento.


O conteúdo deste blog é, portanto, ofertado a todos aqueles que desejam aprimorar-se nas práticas da Alimentação Viva e inspirar-se no estilo de vida ecológico.

Peço gentilmente que não utilizem as nossas publicações para fins comerciais. Só porque não vale à pena promover-se financeiramente às custas do esforço e criatividade alheios.

A Vida vem da Vida!

Com carinho,

Aline Chaves
A moça que planta nas panelas

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Baseado no trabalho disponível em http://panelasdecapim.blogspot.com.
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