10 de out. de 2014

Hortas Selvagens...

A horta selvagem é o espaço dedicado para as plantas espontâneas viverem em paz. 

É o canteiro que te dá suporte de clorofila o ano inteiro!
Trapoeraba e urtiga mansa
Uma espécie de matagal caseiro onde convivem juntas plantas espontâneas e cultivadas com destino direto ao seu suco de clorofila!

Plantas selvagens?

Caruru do mato, urtiga mansa, beldroega, capiçoba, rami, tiririca, picão branco, picão preto...
(acesse a lista com algumas plantas alimentícias não convencionais- PANCS para o suco de clorofila, clicando aqui)

Culturalmente elas não são apreciadas e já faz tempo que muitas não aparecem na mesa dos brasileiros, os quais simplesmente perderam o costume de inseri-las na sua vida. 

A maioria das pessoas preferem ter terreno "limpo" e comprar comida domesticada! 

Acontece que as folhas selvagens possuem mais força vital, tendo vista que nascem soberanas e felizes em solo organizado, sem agressão de enxadas, adubos etc.

Imagine você cultivando suas próprias folhas para beber um suco de clorofila mais autêntico, fornecidas de maneira agroecológica, por ninguém menos do que seu quintal????

Como criar sua horta selvagem?


Para criar uma horta selvagem basta escolher um pedaço de terra e deixar ele se expressar sozinho, sem interferência humana no solo, nem no crescimento das plantas.

É uma experiência incrível! Uma aprendizagem sem tamanho...


Repare bem... o seu quintal pode ser um caixote de feira, por exemplo (vide texto ao final desta postagem).

Sua única função é separar um espaço para observar o nascimento das plantas espontâneas. Volta e meia, introduza algumas espécies de plantas rústicas, ou seja, aquelas crescem e se organizam de uma maneira mais independente (Isso mesmo! Independentes! Não estão nem aí para você... rs) 

Tudo que sua horta selvagem quer é viver e crescer em terra cheirosa de quintal! 

Possibilidade 1: cultivo rural


Se você está na roça... tá bem de vida, rs! Basta escolher um pedaço de chão e nomeá-lo Horta Selvagem... Pronto!

Selvagem porque tem independência e autonomia para cuidar de si mesma sozinha. 

Isso significa que você vai atuar de maneira pacífica: não capinar com enxada, nem sair arrancando tudo aquilo que inocentemente pensa que "não presta".´

Início de Horta Selvagem no quintalzinho de casa (2 meses de idade)
Observe o que vai nascer ali! Estimule a sua curiosidade para descobrir qual a intenção criativa do seu quintal. Inicie a pesquisa e vá introduzindo, aos poucos, as espécies que citamos aqui (veja a lista ao final desta postagem).

urtiga mansa, trevo, rami, hortelã pimenta, alfavaca anis, milho, capim elefante

trevos, fortuna, milho, rami, capim limão, cana-de-açúcar
Caso você tenha um espaço maior, pode utilizar a horta selvagem como um espaço para lançar também as sementes dos frutos que você come. É muito interessante vê-las crescer espontaneamente em solo organizado. 

Só nasce quem tem que nascer e pronto! Este sistema de plantio é uma forma de confiança na natureza e participação na força da vida.


Não é necessária irrigação, nem adubação, nem nada...

Com o tempo, sua Horta Selvagem vai tomando forma, aspecto e sabor. Experimenta aí!

Está na cidade? Não tem desculpas... A horta selvagem é possível em qualquer lugar!

Possibilidade 2: cultivo urbano


 Se você não tem quintal, pegue uma pá, uma sacola resistente e vá catar terra em algum lugar da sua cidade que ainda respira. No caso, você pode plantar em um caixote de feira forrado com papelão para a terra não cair. Com o tempo, as raízes vão formando sua rede... e quando o papelão desmanchar a terra já está estruturada nas raízes.

Horta Selvagem em 2 caixotes de feira que morma na casa dos meus pais no Rio de Janeiro. Sempre quando vou visitá-los, bebo suco de clorofila original: aquele que não nasce em hortifruti!!! rs
No início do plantio é interessante conseguir uma boa quantidade de folhas secas ou grama cortada para jogar por cima... Assim, a terra não fica pelada e a umidade é mantida. Terra nua é terra pobre e com fome, pois o vento passa, seca e leva a força dela embora. 

No detalhe, a Mão-de-Deus em caixote de feira
O lance é observar o crescimento da horta selvagem e, de vez em quando, lançar novas sementes de abóbora, de girassol.

Dar uma enterradinha de leve: um caule de cana-de-açúcar, um chuchu no inverno, uma batata doce na primavera... A enterradinha é superficial para não interferir muito na dinâmica de organização do solo vivo. 

É necessária irrigação, pelo menos, 1 vez por semana

Um luxo!!! Imagina nunca mais precisar comprar folhas para fazer suco de clorofila?

Em quanto tempo começa a colheita?


Uma média de 1 mês e meio... Nesse tempo, já surgem as folhas espalhafatosas das abóboras. A batata doce se alastra... os brotinhos da cana estão subindo ...

No final das contas, você sempre deve agradecer à Horta Selvagem urbaninha!

Como agradecer?


Agradeça devolvendo o que você consumiu da sua Horta Selvagem. Ao invés de jogar fora, presentei-a com a borra que sobra no coador depois que você fez o suco de clorofila!

Pegue uma lata com tampa. Retire o fundo da lata com um cortador de latas. Coloque a parte furada em contato com a terra. Coloque a borra do suco dentro da lata e feche-a. Vá adicionando sempre e fechando. Quando a lata estiver cheia é porque a terra está satisfeita. Aguarde mais um tempo e depois de um tempo volte a agradecer novamente.


A Horta Selvagem é uma professora das intuições e das atitudes
espontâneas, libertas, libertadoras...

Inaugure esta linda experiência na sua vida!

Palmas, abóbora, trapoerabas, ora-pro-nobis nascendo na Varanda da casa dos meus pais, em Jacarepaguá-RJ.

Algumas espécies para você começar a sua pesquisa:


CHUCHU Sechium edule (Jacq) Sw
BATATA DOCE Ipomoea batatas (L.) Lam
ABÓBORA Curcubita pepo L.
MILHO Zea mays L.
CANA-DE-AÇÚCAR. Saccharum officinarum L.
Abóbora, fortuna, mão de deus e trapoerabas nascidas em caixote de feira!
TRAPOERABA Commelina erecta
FORTUNA  Bryophylum pinnatum (Lam.) Oken
MÃO-DE-DEUS Talinus patens (L.) Willd.
BELDROEGA Portulaca oleracea L.
ORA-PRO-NOBIS. Pereskia aculeata Mill
URTIGA MANSA Lamium álbum
VINAGREIRA Hibiscus sabdariffa L.
CAPIM COLONIÃO Panicum maximum Jacq
PALMA DOCE Opuntia cochenillifera. 

CAPIM LIMÃO Cymbopogon citratus
HORTELàMentha piperita

Viva a Clorofila!!!!
(aprenda a fazer o suco, clique aqui)

Tudo vale a pena,quando a alma não é pequena!
Fernando Pessoa

3 comentários :

  1. Aline querida, vc me surpreende em cada postagem!!!
    Eu não sabia que podia comer folhas de abóbora e de batata doce, affff quanta coisa perdi, vou começar pra já as investigações e providenciar um caixote bem grandinho. Tenho temperinhos, alfaces, chazinhos plantado em potinhos, até pimentões consegui colher, é maravilhoso como as sementes lançadas na terra vem com toda força, tendo chuva ou sol, elas resistem porque são soberanas.

    Vou estudar com calma este teu post e correr atrás do tempo perdido.

    Obrigadão novamente, que o Criador nunca deixe de prover sabedoria pra vc.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Luciara!!

      Que ótimo!!! Fico muito feliz de saber que estamos contribuindo para enriquecer a sua pesquisa... de sabores e saberes...

      Agradecida pelo carinho,

      Paz no seu coração!!!

      Excluir
  2. ola aline!
    muito agradecido pelas valiosíssimas informações!
    gostaria de te perguntar se voce pode me dar alguma dica de como reconhecer duas das não-convencionais que voce colocou na tabela do outro post...a capim-colonião (panicum maximum) e a capim gordura (melinis minutiflora) ?

    agradecemos sua existência!

    ResponderExcluir

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Desde maio de 2017, não publico mais no Blog Panelas de Capim! Criei um novo espaço virtual para compartilhar minhas melhores inspirações...

Deixo aqui este blog como espaço de memória e referência. Aqui mora um pequeno resumo dos muitos anos dedicados à pesquisa, onde usei (aliás, ainda uso) o meu próprio corpo como experimento.


O conteúdo deste blog é, portanto, ofertado a todos aqueles que desejam aprimorar-se nas práticas da Alimentação Viva e inspirar-se no estilo de vida ecológico.

Peço gentilmente que não utilizem as nossas publicações para fins comerciais. Só porque não vale à pena promover-se financeiramente às custas do esforço e criatividade alheios.

A Vida vem da Vida!

Com carinho,

Aline Chaves
A moça que planta nas panelas

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